sexta-feira, 27 de julho de 2012

Contra um tabu de 40 anos, Moreno sonha com artilharia do Brasileirão


Boliviano deseja repetir no Grêmio feito isolado alcançado por uruguaio Pedro Rocha no São Paulo em 1972


Marcelo Moreno vive nova fase no Grêmio (Foto: Bruno Junqueiro, Divulgação/Trato.TXT)

Marcelo Moreno nem era nascido quando Nestor Scotta fez história no Grêmio ao marcar o primeiro gol da primeira edição do Brasileirão em 1971. Desde então, à exceção da artilharia de Pedro Rocha na temporada seguinte, os estrangeiros nunca mais conseguiram ser protagonistas na tabela de goleadores do campeonato mais importante do país. Então, contra um tabu de 40 anos, o boliviano sonha chegar em dezembro quiçá campeão, classificado à Libertadores e como o atacante mais efetivo do Brasil.
A fase é boa e permite projetar um futuro melhor ainda. Com três gols nos últimos dois jogos, o camisa 9 chegou a quatro – dois a menos do que Alecsandro, do Vasco. Começa a equilibrar a divisão de responsabilidade e ser referência para a torcida assim como Kleber, o maior ídolo do atual time, ausente na partida contra o Botafogo, domingo, no Rio de Janeiro.
- Vou brigar pela artilharia, sim, é um sonho. É a primeira vez que jogarei o campeonato inteiro. O estrangeiro tem a dificuldade de adaptação, então, precisa da segurança de um contrato longo. Acho que neste ano tenho esta vantagem e, quem sabe, serei o segundo gringo a entrar para a história – disse, sem revelar a meta de gols, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.
Contratado em dezembro do ano passado ao custo de R$ 10 milhões, o atleta assinou por quatro anos. Veio do Shakhtar Donetsk, depois de se destacar no Cruzeiro e no Vitória, clubes nos quais, respectivamente, foi vendido no começo do Nacional de 2008 e atuou na Série C de 2006. O começo, porém, teve altos e baixos embora sempre tenha ponteado a artilharia do Grêmio.
Marcelo Moreno joga camiseta para a torcida no Olímpico (Foto: Lucas Uebel, Divulgação/Trato.TXT)Marcelo Moreno joga camiseta para a torcida no Olímpico (Foto: Lucas Uebel, Divulgação/Trato.TXT)
- Fiquei seis meses sem jogar na Ucrânia (era reserva) até ser contratado. Antes desta última sequência, passei 15 dias na seleção da Bolívia. Essas coisas dificultam. Os treinos são diferentes, tem a altitude e ainda não tinha recuperado totalmente os problemas físicos na coxa e no ombro. Agora me sinto melhor – completou.
A diferença se percebe dentro de campo. Em conjunto com Vanderlei Luxemburgo e os preparadores físicos Paulo Paixão e Antonio Mello, Moreno decidiu fazer trabalhos de reforço muscular diários. A coxa direita e o ombro direito são os alvos. Sem dor, os confrontos com zagueiros deixarem de ser problema. Moreno não cai mais, se desmarca, dribla e, claro, faz gol.
Desta forma, pretende devolver o apoio que recebe dos torcedores nas ruas e, recentemente, pelo site oficial e perfis criados no Facebook e Twitter. Moreno não só dá impressão bem como encorpou o sentimento dos gremistas: é hora de ser campeão e encerrar o jejum de 11 anos sem grandes títulos.
- O Grêmio é muito grande. Escolhi jogar aqui. E fui muito bem recebido. Então, quero retribuir. Acho que temos boas chances. O nosso diferencial é o treinador. O Vanderlei conhece a competição, foi campeão várias vezes e todos o respeitam. Ele sabe valorizar os jogadores dentro e fora de campo – completou Moreno.
É assim, então, que deseja gravar seu nome na história. Como o argentino Scotta em 7 de agosto de 1971, no Morumbi, ao marcar o primeiro gol do Brasileirão pelo Grêmio contra o São Paulo. Ou o uruguaio Pedro Rocha, com 17 gols, o artilheiro da temporada 1972. Sem esquecer de Jonas, Rodrigo Fabri e Paulo Nunes, artilheiros brazucas pelo Grêmio.

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